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POR QUÊ: ANATOMIA DE UM BAIRRO

Complexo Viário Governador Marcelo Déda: trouxe problemas ou benfeitorias?

 

Inaugurado pelo atual prefeito de Aracaju, João Alves Filho, em 21 de fevereiro do ano passado, o Complexo Viário Governador Marcelo Déda, teve suas obras iniciadas em janeiro de 2013 ainda na gestão do ex-prefeito Edvaldo Nogueira. Composto pelo viaduto Jornalista Hugo Costa, pelas avenidas Paulo VI, Tancredo Neves, Vereador Manoel Dória, e pela ponte Procurador de Justiça Gilberto Vila-Nova de Carvalho, a obra foi orçada em R$ 34,5 milhões. 

Com o intuito de garantir a fluidez do trânsito, o Complexo pretendeu melhorar significativamente a mobilidade urbana da capital, ligando o Bairros Jardins e o Conjunto Augusto Franco. Apesar da quantidade de melhorias apresentadas pelos orgãos competentes, a obra diverge opniões e levanta alguns problemas. 

Um dos primeiros problemas do Complexo é que a avenida Paulo VI dividiu o Bairro Inácio Barbosa ao meio, dificultando a circulação de veículos. O retorno da avenida, que só pode ser realizado depois da ponte Gilberto Vila-Nova, é mais uma reclamação das pessoas que transitam pela avenida. "O retorno é muito longe", reclama Edvan Aragão, morador do bairro.

Outro problema apresentado pelos moradores do bairro é o grande fluxo de veículos e a dificuldade de pedestres para atravessar a avenida, apesar de existir um quebra-mola no local. Segundo o comerciante João Luis, dono de um Petshop, a obra trouxe coisas boas e outras ruins para o comércio no bairro. "Circulam um maior número de pessoas pela região por conta da avenida, dando visibilidade para o nosso comércio, porém a falta de segurança ainda é um problema aqui no bairro", completou Luis, que concedeu a entrevista por trás das grades do seu estabelecimento.  

O Complexo vem causando problemas desde a sua construção, quando trouxe diversos transtornos para os moradores do bairro. A mudança na paisagem do local foi siginificativa, segundo o morador antigo Mário Antônio da Silva, árvores de 35 anos foram cortadas, e o meio ambiente foi desrespeitado na obra. Ainda segundo o morador, o projeto original foi desrespeitado, e existe uma cópia do projeto original na associação de moradores. 

As dificuldades para os pedestres aumentam para os idosos, que existem em grande número na localidade. Atravessar a avenida é um empecilho constante para esses moradores, levando em conta que a maioria dos carros que transitam no local trafegam em alta velocidade. Outro problema é que as residências que ficam de frente para  o viaduto Hugo Costa perderam toda visibilidade. 

Apesar de todos os problemas e reclamações, a obra trouxe benefícios também. A estudante universitária Loren Viviane Lemos é uma das beneficiadas pelas benfeitorias do complexo. O caminho até a universidade particular onde ela estuda diminuiu muito depois da conclusão da obra. "Moro no bairro Jardins e é muito mais rápido chegar a universidade por essa avenida. Facilitou muito a minha vida, e me fez ganhar tempo", disse Loren Viviane. 

Os problemas decorrentes da obra do complexo ainda serão motivo de reclamação de moradores do Bairro Inácio Barbosa. Segundo a Superintendêcia Municipal de Transportes e Trânsito SMTT, a obra quis aliviar o fluxo de veículos em avenidas saturadas, como Heráclito Rolemberg e Beira Mar e tem uma importância significativa para a fluidez do tráfego em avenidas cruciais para a interligação do Centro/Zona Norte com a Zona Sul. 

 

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