ANATOMIA DE UM BAIRRO
QUEM
Perfil dos moradores do bairro
Rita de Cássia viu muitas mudanças no Bairro Industrial nos seus 49 anos de vida. A construção da Orlinha foi a mais significativa, onde ela acompanhou todo o processo, sofreu incômodos em sua casa e hoje mora de frente para um dos pontos turísticos do bairro. Rita mora em uma pequena casa ao lado da casa de sua mãe, está todo o tempo em movimento, resolvendo sua vida dentro e fora do lar, assim como todas as mudanças, Rita de Cássia é uma mulher agitada.
A ex-funcionária de uma creche do bairro lembra de como tudo era tranquilo, “eu brincava de roda, de corda, de bola na rua mesmo”, conta ao lamentar que seus netos não possam fazer o mesmo hoje em dia. “Com a chegada da Alma Viva, também vieram muitos ladrões, e não tem guardas na orla para garantir nossa segurança”. Rita costumava ficar até tarde na rua conversando com seus vizinhos, porém esse hábito também teve de ser esquecido.
Sorridente e carismática. Rita de Cássia conhece boa parte do bairro, “eu conheço quem chegou e fez suas casas de palha, de barro, ajudei a construir. Foi bom, porque as fábricas pararam de jogar lixo no rio”, lembra Rita, contando também que cresceu com os pescadores do Rio Sergipe.
Rita de Cássia viu muitas mudanças no Bairro Industrial nos seus 49 anos de vida. A construção da Orlinha foi a mais significativa, onde ela acompanhou todo o processo, sofreu incômodos em sua casa e hoje mora de frente para um dos pontos turísticos do bairro. Rita mora em uma pequena casa ao lado da casa de sua mãe, está todo o tempo em movimento, resolvendo sua vida dentro e fora do lar, assim como todas as mudanças, Rita de Cássia é uma mulher agitada.
Rita de Cássia, 49
A moradora Rita de Cássia, faz parte da história do Bairro Industrial. Viu a construçã da Orlinha e a chegada da empresa Alma VIva. Viu pessoas desabrigadas construirem suas casas nas margens do Rio Sergipe, e também ajudou a construir. Conhecedora dos pescadores e do bairro em geral, Rita de Cássia se adaptou a modernidade, mas tem saudade das tradições.
José Ladir Ferreira Lima mora no Industrial há 52 anos, tem 64 anos e pesca desde os 12. Começou com seus pais e irmãos e sustentou a sua família com sua profissão. “Há 30 anos eu sustentei minha família com pescaria, só que já estou aposentado, não posso mais pescar”, conta olhando para o horizonte. José não olha diretamente nos olhos das pessoas, precisa tatear para achar o banco para se sentar, dando a impressão de não conseguir enxergar direito.
Para o pescador, que é um dos mais antigos do local, a construção da Orlinha não trouxe grandes avanços. “Antigamente era mais calmo, mais tranqüilo, e a gente não pode estar aqui depois de 10 da noite, fica perigoso”. Além disso, José Ladir conta como era divertida as corridas de canoa que os pescadores faziam no Rio Sergipe. “Aqui tem corrida de canoa, todo final de ano, todo dia primeiro tem corrida. Antigamente eu corria muito, ganhei duas vezes, o premio na época era uma taça e cachaça.”
José Ladir Ferreira Lima olha para a maré baixa como quem ama aquele local, os olhos no horizonte dão a impressão de que mil memórias passam em sua cabeça, como um filme. “O Bairro Industrial sem os pescadores? Isso aqui é como se fosse uma lenda de pescadores, nunca acaba, fica de pais para filhos e netos, mesmo que não dê muitas condições de trabalho, mas o cara pesca”.
José Ladir Ferreira Lima mora no Industrial há 52 anos, tem 64 anos e pesca desde os 12. Começou com seus pais e irmãos e sustentou a sua família com sua profissão. “Há 30 anos eu sustentei minha família com pescaria, só que já estou aposentado, não posso mais pescar”, conta olhando para o horizonte. José não olha diretamente nos olhos das pessoas, precisa tatear para achar o banco para se sentar, dando a impressão de não conseguir enxergar direito.
José Ladir, 64
O Bairro Industrial, além de reservar as memórias de suas antigas fábricas, guarda ainda as memórias dos antigos pescadores do bairro. Tomando a margem do Rio Sergipe, os pescadores saiam de segunda ao sábado, voltavam com seus peixes, vendiam e com isso sustentavam suas famílias. “Uns iam embora, outros ficavam no mercado bebendo cachaça, gastava o dinheiro todo logo”, lembra sorrindo o pescador José Ladir.
Torcedor assíduo e detentor de uma boa memória, seu José é capaz de listar os grandes feitos do clube azulino no passado, desde os títulos conquistados até os artilheiros do clube. Ele conta que sempre que pode vai ao estádio assistir aos treinos e aos jogos do Confiança. “Não perco nenhum jogo em Aracaju, só não vou para o interior porque pra me locomover fica difícil”. Essa dificuldade de locomoção se dá porque seu José teve uma das pernas amputadas.
Fumante desde a adolescência, seu José teve trombose, doença caracterizada pela formação de um coágulo sanguíneo em uma ou mais veias da parte inferior do corpo, sendo que, o tabagismo é uma das principais causas da doença. Desde então, ele necessita da ajuda do filho para acompanha-lo ao estádio.
Questionado sobre as mudanças estruturais do Estádio Sabino Ribeiro, o ex-diretor das divisões de base do Confiança diz que não houve grandes modificações, só houve “alguns reparos” e que o clube necessita de mais apoio financeiro. Mesmo com as dificuldades enfrentadas, seu José “não deixa a peteca cair” e mantém a esperança na vida e a confiança no “Dragão do Industrial”. E sorrindo ele afirma: “O Dragão é um clube que só dá alegria!”.
Torcedor assíduo e detentor de uma boa memória, seu José é capaz de listar os grandes feitos do clube azulino no passado, desde os títulos conquistados até os artilheiros do clube. Ele conta que sempre que pode vai ao estádio assistir aos treinos e aos jogos do Confiança. “Não perco nenhum jogo em Aracaju, só não vou para o interior porque pra me locomover fica difícil”. Essa dificuldade de locomoção se dá porque seu José teve uma das pernas amputadas.
José Leonel, 68
Aos 68 anos, José Leonel é um dos fanáticos torcedores da Associação Desportiva Confiança. Nascido na cidade de Santa Luzia do Itanhy, ele conta que antes da paixão proletária surgir possuía outro clube para torcer: o Sport Clube Santa Cruz, da cidade de Estância. O extinto clube estanciano possuía as mesmas cores do Confiança e assim como o “Dragão”, teve suas origens ligadas às fábricas de tecido que eram a grande fonte de economia do estado de Sergipe no século passado. Estas características, segundo seu José, foram determinantes para escolha do novo clube. “Comecei a torcer pelo Confiança quando tinha 12 anos. Depois que o Santa acabou eu comecei a torcer pelo Confiança porque ele também era um “time de fábrica” e tinha as mesmas cores do Santa Cruz”.