ANATOMIA DE UM BAIRRO
QUEM
Perfil dos moradores do bairro
Senhor Álvaro conta que seus estudos de Planejamento Urbano da capital feitos em 1982, já previam a zona de expansão. O que antes pertencia a Atalaia, hoje é dividido em Coroa do Meio, Farolândia, Aeroporto e Aruanda.
‘’Eu tinha um fusquinha e não achava longe não. Durante a noite o lugar não tinha praticamente movimento nenhum. Como não havia ponte, só tinha a croa da coroa do meio, era perigoso, pois nessa época tudo que era bandido roubava e ia para uma ilhazinha, onde nem a polícia entrava’’.
Em 1980 ele comprou a sua casa atual, a primeira casa a ser construída na Atalaia. Segundo Carvalho – ‘’minha casa foi construída no único morro da Atalaia’’. Na época era um local onde ninguém queria morar, era distante e perigoso, mas ele estava decidido a casar e só o faria se tivesse uma casa para morar, os preços das casas na Atalaia eram menores e foi isso que tornou possível a relação de fraternidade com o bairro que ele tem até hoje.
Senhor Álvaro conta que seus estudos de Planejamento Urbano da capital feitos em 1982, já previam a zona de expansão. O que antes pertencia a Atalaia, hoje é dividido em Coroa do Meio, Farolândia, Aeroporto e Aruanda.
Álvaro, 67
Antigo morador do bairro Atalaia mantém residência fixa desde o ano de 1975. Aos 67 anos de idade ele guarda na memória o nascimento, crescimento e mudanças sofridas pelo bairro – ‘’Comprei uma casa no primeiro conjunto da Atalaia, o Olímpio Campos, naquela época não havia a ponte dos Cajueiros, pista, água ou energia elétrica’’.
Antônio Álvaro de Carvalho é empresário, professor aposentado do Departamento de Administração da UFS e atual Diretor de Controle Externo de Obras e Serviços do Tribunal de Contas do Estado de Sergipe.
Durante o governo de Valadares foi construído o calçadão que segundo Carvalho foi a ‘’primeira invasão’’. A construção do calçadão estimulou a invasão do bairro e diversos terrenos foram tomados – ‘’Toda essa Coroa do Meio foi invadida. Eu tomava conta, não deixava ninguém invadir perto da minha casa, inclusive onde hoje ficam os hotéis, antigamente ficavam os mangues’’.
‘’A poluição diminuiu a quantidade de peixes, quando eu cheguei aqui tinha muito mais peixe. Tinha muitos tubarões até’’
hoje já são 35 anos de profissão, a qual ele nem sequer deseja ou pensa em largar.
‘’A poluição diminuiu a quantidade de peixes, quando eu cheguei aqui tinha muito mais peixe. Tinha muitos tubarões até’’
Cladeilson, 47
Trabalha como pescador desde os seus 12 anos. Cresceu no interior de Sergipe, onde morava não havia muitas opções de emprego, seu pai e irmãos eram pescadores e ele desde cedo aprendeu o ofício da família. Hoje já são 35 anos de profissão, a qual ele nem sequer deseja ou pensa em largar.
Aos 15 anos de idade ele se mudou para o bairro Atalaia, onde continuou pescando e acompanhou de perto o crescimento e desenvolvimento local.
Claudeilson de Jesus Santos sempre trabalhou por conta própria. Ele pesca e vende a sua mercadoria no mesmo local, as margens da praia de Atalaia.
As redes e os barcos são feitos por ele mesmo. Hoje além da pesca, ele tem seu próprio negócio de aluguel de barcos a outros pescadores da região, ou seja, mais uma forma de lucrar com a a atividade.
Dória nunca pensou em abandonar a profissão e nem pretende fazê-lo, ele está satisfeito e realizado: "Sempre digo aos meus colegas que ajudamos as pessoas e ainda somos pagos pra isso. É um trabalho prazeroso, sacrificamos finais de semana com a família, mas é muito bom ajudar os outros".
Mesmo quando se formou em engenharia florestal na UFS (Universidade Federal de Sergipe) e várias oportunidades apareceram, ele nunca pensou em largar a sua profissão.
Dória nunca pensou em abandonar a profissão e nem pretende fazê-lo, ele está satisfeito e realizado: "Sempre digo aos meus colegas que ajudamos as pessoas e ainda somos pagos pra isso. É um trabalho prazeroso, sacrificamos finais de semana com a família, mas é muito bom ajudar os outros".
SGT. Dória, 44
O bombeiro Antônio Luiz Dória Neto, 44 anos, há vinte e dois faz parte do 4º Grupamento Bombeiro Militar do bairro Atalaia.
Sargento Dória como é mais conhecido, trabalhou 16 anos como guarda vidas na praia de Atalaia e hoje atua no setor administrativo do corpo de bombeiros da unidade.
Seu expediente começa às 7:15 da manhã. Assim que os bombeiros chegam ao posto é necessário fazer a verificação dos equipamentos, embarcações, viaturas e dos próprios profissionais. Em seguida eles passam o protetor solar e percorrem a faixa da praia, é neste momento que sinalizam os pontos críticos de acordo com a tabela de maré.
A distribuição dos profissionais ao longo do dia é de acordo com os pontos mais críticos ou perigosos da praia. Segundo o Sargento, esse é um dos pontos negativos que o grupamento enfrenta, pois o número do efetivo é reduzido.